quarta-feira, 18 de março de 2015

Dois cearenses da Zona Norte estão na lista do “Petrolão”

Padre Zé e Aníbal: 
vítimas ou corruptos?
Com a palavra final, a Justiça
A operação Lava Jato, que investiga um mega esquema de corrupção na Petrobras, está causando um grande rebuliço na política nacional. Deflagrada em 2014, a investigação vem apurando os desvios cometidos por servidores da empresa, empreiteiros e políticos. O potencial de estrago é imenso, pois envolve gente graúda que movimentou um volume de recursos muito maior do que o do lendário “Mensalão”.

Passadas as fases em que foram divulgados os servidores e empreiteiros envolvidos, chegou a hora dos políticos. No último dia 6 de março, o Ministério Público Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal os pedidos de abertura de inquérito contra 47 políticos, sendo 32 do PP, 07 do PMDB, 06 do PT, 01 do PSDB e 01 do PTB. Entre os investigados estão ex-ministros dos governos Lula e Dilma, os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, além de dois veteranos políticos da Zona Norte do Ceará.

O primeiro é o deputado federal Aníbal Gomes (PMDB), ex-prefeito de Acaraú. Membro de uma oligarquia que domina a política do município, é irmão do deputado estadual Manoel Duca, o Duquinha. Está em seu sexto mandato federal, tendo sido eleito pela primeira vez em 1994, e também responde a outros processos na Suprema Corte.

O segundo é o ex-deputado federal José Linhares, mais conhecido como Padre Zé. Tradicional líder político e religioso de Sobral, teve seis mandatos em Brasília, sendo eleito pela primeira vez em 1990. Na última eleição, não conseguiu ser eleito suplente de senador. Atualmente, é presidente do Conselho Estadual de Educação. Pesam contra Aníbal e Padre Zé as acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

De acordo com o que já foi publicado na imprensa, o esquema consistia em um jogo de cartas marcadas formado por um seleto grupo de empreiteiras, que se revezavam para abocanhar os contratos da Petrobras. Para manter isso, propinas eram repassadas aos políticos. Quanto maior fosse a “força” de um político, maior era a sua “cota”. A investigação ganhou riqueza de detalhes com as chamadas delações premiadas.


Ainda não se pode atribuir culpa aos acusados, pois resta um longo(e lento) caminho jurídico até um possível julgamento final. Enquanto isso, não faltarão renomados advogados tentando anular os trabalhos de investigação. Basta lembrar que processos sobre maracutaias de grandes empreiteiras viraram pó em um passado recente. Talvez apostando na impunidade que reina no Brasil, o vice-governador da Bahia, um dos acusados no Petrolão, disse que está “cagando e andando” por seu nome estar incluído na lista. Resta saber se no futuro ele e sua turma estarão “cagando e andando” atrás das grades...

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