quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Onda de insegurança aflige a população pacujaense


Imersa nas águas turvas de corrupção e incompetência que transbordam das suas instituições políticas, Pacujá ao menos tinha a fama de cidade pacata. Tinha, do verbo não tem mais. As últimas ocorrências criminais deixam claro que a violência que tomou o Ceará também chegou às nossas bandas.

No último dia 6 de novembro nosso município amanheceu com dois assaltos à mão armada praticados por marginais não identificados. A primeira ação ocorreu no posto de combustíveis localizado no entroncamento rodoviário que dá acesso às cidades vizinhas de Graça e Mucambo. Não satisfeitos, os meliantes também se dirigiram à agência dos Correios, onde subtraíram pertences de cidadãos. Feito o “serviço”, fugiram com toda tranqüilidade.

Cotidianamente, há relatos de assaltos a aposentados e furtos de residências. Muitos desses casos certamente estão relacionados ao uso de drogas, uma praga que marginaliza muitos jovens e destrói suas famílias. Onde eles obtém essas drogas? Numa cidade tão pequena quanto a nossa, essa é uma pergunta fácil de ser respondida. A polícia sabe? Diante das circunstâncias, é bastante provável que sim. E por que não toma as devidas providências? Há muito mais mistérios entre a terra e o inferno do que supõe a nossa vã filosofia...

A onda de insegurança em Pacujá é uma pequena amostra da banalização do crime no Ceará. Nos últimos anos, o Governo do Estado aumentou vertiginosamente os investimentos em Segurança Pública (construção de delegacias e presídios, aquisição de pick-ups de última geração, contratação de novos policiais e aumento significativo de salários). Toda essa dinheirama, apontam as estatísticas, não surtiu efeito. Segundo mostra o recém divulgado 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, entre 2008 e 2012 a taxa de homicídios no Ceará quase dobrou (passou de 24,4 para 42,5 homicídios para cada cem mil habitantes). A expectativa é que esse número cresça ainda mais em 2013.

As nossas autoridades insistem no discurso de que isso se deve ao alastramento do tráfico de drogas, mas “esquecem” de dizer aos leigos que há Estados que diminuíram significativamente os índices de criminalidade. Por que o Ceará não seguiu esse (bom) caminho? Basicamente, os estudiosos do tema apontam falta de comando e de inteligência estratégica.

Sem dúvida, a chaga da violência não é fácil de ser resolvida (longe disso), e demanda tempo, mas não é com discurso vago que se enfrenta essa parada. Além de discutir sobre o tema para não se render à lábia da mediocridade, resta aos cidadãos não muito mais do que rezar.  

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