sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Entrevista com o presidente da Câmara Municipal de Pacujá

Junior Brito
Câmara Municipal de Pacujá
 Gestão 2014
Recentemente, o senhor falou à tribuna a respeito da mudança no regimento interno da câmara. Qual é a necessidade?
Pacujá ainda está regimentado de acordo com a constituinte de 1992 que encontra-se defasada e ultrapassada. Este projeto representa a opinião de todos os políticos pacujaenses. No entanto, nenhum tomava a iniciativa de realizar essa ação. Tive a felicidade de, neste ano, ser o presidente da câmara e dei entrada, juntamente com os vereadores Mimoso, Carlos Veras e Cori, neste projeto de lei cujo principal objetivo era atualizar as leis. Tanto a Lei Orgânica do município, quanto o Regimento Interno da Câmara.

Sua atuação como vereador e presidente da Câmara foi sempre de apoio a atual gestão. Essa postura mudou?
Depende. Se for o apoio no que diz respeito às políticas públicas para beneficiar a população do município de Pacujá, apoiarei da mesma maneira. Entretanto, no que diz respeito às políticas com fins partidários, agora, terei meu próprio posicionamento e defenderei minha ideologia partidária.

Segundo comentários, vindo dos grupos de situação e oposição, a sua “mudança” foi apadrinhada por questões financeiras e também por uma posição mais importante no cenário político nas próximas eleições. Como você responde a esses comentários e qual foi o fator determinante para sua escolha?
Primeiramente, eu mudei de grupo político, não de ideologia. A minha ação política é trabalhar sempre em beneficio da população.  Infelizmente aqui no Brasil tem-se essa cultura de supor que a mudança de uma bandeira política sempre acontece por influência de outros fatores além de uma ideologia. Não foi o que aconteceu comigo. Não foi traição nem tampouco covardia e sim um acúmulo de inúmeras decepções. Sempre contribuí com a gestão, mas infelizmente meus pensamentos e vontades em benefício do povo não estavam sendo aceitos como antes. O fator determinante para a minha escolha foi o fato de eu ser da base aliada da prefeita e ser considerado como oposição.

Fala-se que você é o nome confirmado para integrar a chapa como vice do já declarado pré-candidato a prefeito, Eraldo Aguiar. Essa informação é verídica?
Saiu esse comentário de eu ser candidato a vice-prefeito. Bem, isto quem está dizendo é o povo. Então, naturalmente, vai fluir e essa possível candidatura junto com o pré-candidato Eraldo, será definida com base na repercussão e na vontade e aceitação do povo.

Você não teme que "seus" eleitores considerem a sua mudança como uma "traição"?
Isto é uma conseqüência natural. Quem não acompanha minha luta no dia-a-dia, naturalmente, pode pensar assim. Entretanto, quem acompanha de perto meus esforços vê que tenho razão.

Você vai utilizar o poder que lhe foi dado pelo povo, para fiscalizar mais fortemente essa gestão? 
Sempre fiscalizei. Quando fui da base do governo, procurei resolver os problemas internamente. Agora, na oposição, terei mais liberdade de convocar os gestores a prestarem esclarecimentos. Procurarei legislar da melhor maneira possível.

Qual é o interesse em ajudar a oposição?
Dá continuidade num projeto político que sonho para Pacujá. Por um Pacujá que tenha um funcionalismo com pagamento mensal em dias, por um município que tenha o funcionamento de todos os setores da melhor forma possível e por uma administração em que nós sejamos ouvidos e respeitados.

O senhor se sente à vontade no atual grupo politico que escolheu?
Não foi uma decisão fácil, foi um verdadeiro estudo científico. Se eu cheguei a esta conclusão, foi porque me sinto muito bem com ela.

Considerações finais: Se Deus quiser, como politico, irei fazer tudo do bom e do melhor para gratificar e ajudar todos os pacujaenses. Mudei de bandeira partidária, mas não mudei minha ideologia política, que é sempre querer o melhor e trabalhar mais para a população de Pacujá. Agradeço a oportunidade desta entrevista. Que Deus abençoe a todo o povo de Pacujá, que todos tenham um feliz Natal repleto de paz e amor ao próximo. Feliz 2015.

CHARGE - O Relatório



Tribunal de Contas pede providências nos gastos da Prefeitura de Pacujá

Não é surpresa para ninguém que a gestão dos recursos da Prefeitura Municipal de Pacujá é um desastre. Conforme já tratamos em outras oportunidades, tamanha irresponsabilidade – que não é de hoje – tem deixado nosso município numa situação de penúria financeira.

Em bom português, a prefeitura está gastando o que não tem. O mais recente Relatório de Acompanhamento Gerencial, produzido pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e disponibilizado no Portal da Transparência, deixa claro que a Prefeitura de Pacujá está passando por cima da Lei de Responsabilidade Fiscal. De acordo com o relatório, 55,5% da receita municipal são gastos somente com o pagamento de funcionários. O limite que a Lei estabelece é de no máximo 54%.

Diante dessa situação, o cidadão pode se perguntar: Quer dizer então que a Prefeitura de Pacujá gasta mais com funcionários do que a Lei tolera, e mesmo assim eles quase sempre estão com os salários atrasados? É isso mesmo! Não dá pra entender, mais é exatamente essa a conclusão que os números nos dizem.

Por desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, o TCM pediu que a prefeita da nossa cidade corte gastos com mão de obra até atingir o limite permitido. Em caso de descumprimento, Pacujá poderá ficar sem receber transferências voluntárias do governo federal e não terá acesso a crédito nem pra comprar um bombom.

No meio dessa confusão, o Ministério Público obrigou a Prefeitura a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta, firmando o compromisso de pagar até o dia 31 de dezembro todos os salários atrasados, incluindo o 13º. O descumprimento do acordo gerará multa de 5 mil reais mensais. Pelo que se percebe, o mágico que comanda o dinheiro do povo pacujaense terá de tirar mais um coelho da cartola.

O Grande Desafio do Novo Governador

Camilo Santana
Governador eleito do Estado do Ceará
O governador eleito do Ceará, Camilo Santana, terá muitos problemas a enfrentar a partir do dia 1º de janeiro, quando tomará posse no Palácio da Abolição. À frente do Governo, Cid Gomes construiu muitas edificações para dar suporte a diversas áreas da administração, mas caberá a Camilo as tarefas mais difíceis: fazê-las funcionar a contento e melhorar os serviços ofertados aos cearenses.

A área mais delicada, sem dúvida, é a segurança pública. A população vive atormentada, seja na Capital ou no interior, conforme atestam os números do recém-divulgado Anuário Brasileiro da Segurança Pública. Proporcionalmente ao tamanho da população, o Ceará é o segundo Estado onde mais se mata, “perdendo” apenas para a miserável Alagoas. Em 2013, a taxa de homicídios no Ceará foi de 48,2 assassinatos para cada 100 mil habitantes, enquanto a média em todo o Brasil foi de 25,2. Ou seja, a chance de ser assassinado no Ceará é o dobro do resto do país.

Não foi por falta de investimentos que a situação chegou a esse nível. Pelo contrário. O Ceará gasta por ano cerca de 1,5 bilhão de reais nesse setor, montante que supera inclusive o que investem alguns dos estados mais ricos do país. Então, por que estamos assim? O Governo joga a culpa nos outros, dizendo que o problema é nacional. No entanto, ainda não teve a necessária humildade para reconhecer que fracassou na gestão do setor e alimentou um clima de tensão com os policiais e suas lideranças.

Felizmente, há esperanças no ar. Nos últimos meses, o Ceará tem tentado copiar o modelo de segurança implantado em Pernambuco pelo ex-governador Eduardo Campos, que obteve grandes resultados. Espera-se que Camilo, com seu perfil conciliador, saiba enfrentar o maior desafio da sua vida. Essa é a nossa torcida.

É hora de agir

Toda campanha eleitoral deixa as suas marcas. A recente disputa política em Pacujá ocorreu de forma áspera, deixando claro que essa eleição para deputados foi encarada como se fosse uma disputa municipal, o que empobreceu o bom debate sobre os reais candidatos e ajudou a esquentar uma disputa que acontecerá apenas em 2016.

Esse clima é muito ruim para o nosso município. Primeiro, porque quem está no poder se preocupa mais em mantê-lo do que nas boas práticas administrativas. Segundo, porque a oposição tenta adotar as mesmas práticas populistas de olho nos votos futuros, mas é incapaz de fazer o que deveria: fiscalizar com rigor o que anda sendo feito por quem comanda o dinheiro público.

Resumindo: o governo não governa e a oposição não se opõe. Enquanto isso, as finanças da Prefeitura estão em estado lastimável, os serviços que deveriam ser prestados são inadequados e as obras públicas são de péssima qualidade ou sequer são concluídas. Pra completar a situação, gestores públicos são alvos de processos cabeludos no Tribunal de Contas.

Portanto, já passou da hora de situacionistas e oposicionistas agirem de forma responsável, cada um cumprindo seu papel. Caso contrário, a disputa em 2016 será a seguinte: Quem vai receber essa “bomba” sobre os ombros?