terça-feira, 29 de março de 2016

Comunidade de Batoque esquecida pela administração municipal

Sr. Inácio Joana, morador e um dos
 líderes da comunidade
A comunidade de Batoque, região quilombola do município de Pacujá, sofre as consequências do abandono pelo poder público. Um dos principais motivos da indignação dos moradores da comunidade se dá por conta do projeto de substituição de casas de taipa por casas de alvenaria. O projeto inicial visava à construção de 56 unidades, das quais só foram entregues 17.  Além de não contemplar todas as famílias que sonhavam com um lar mais digno e seguro, os moradores sofrem com a má estrutura, uma vez que as casas foram entregues com inúmeros defeitos e desconfortáveis, pois não se levou em consideração o número de pessoas em cada família.

Para adquirir uma casa, cada morador deveria demolir sua casa de taipa para ceder o terreno para construção de outra, mas, pela falta de responsabilidade e planejamento da gestão municipal, algumas famílias mesmo após demolirem suas casas não foram contempladas com a nova residência. 

Para o senhor Inácio Joana, um dos líderes da comunidade: “No começo, todos nós acreditamos, significava uma coisa boa, pois as casas eram todas de taipa. Quem é que não queria ter uma casa melhor, mais digna? Mas nunca foi construído da maneira que esperávamos e da maneira como foi prometido pra gente”.

Por ordens judiciais, foram feitas visitas técnicas para avaliação das casas construídas, mas a comunidade aguarda até hoje uma resposta do Poder Judiciário. O cenário de indignação se acentuou quando a planta das casas passou por diversas modificações para se “adequar” ao orçamento definido pela prefeitura.

A localidade considerada a “sala de visita” da cidade caiu no esquecimento do poder público, que pouco tem feito para preservar o patrimônio da comunidade quilombola, que segue na luta com seus planos e sonhos de construção de uma vida mais digna, esperando do poder público municipal, ações de respeito que realmente viabilize a construção de uma vida mais digna para aquele povo. No entanto, nas palavras do líder da comunidade, “Há anos eles prometem que aqui será a 'sala de visita' da cidade, mas isso nunca aconteceu. Ao invés de torná-la bonita, pelo visto fizeram foi sujar nossa comunidade”.

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