terça-feira, 19 de julho de 2016

Prefeitura abandona o Museu de Pacujá e ignora a Serrinha

Vista panorâmica da Serrinha
Poucos pacujaenses sabem, mas o nosso município possui uma grande riqueza natural. Trata-se da chamada “Serrinha”, uma parte da Serra da Ibiapaba que fica ao redor das comunidades de Bom Gosto, Bananeira e Zipu. Lá foram encontrados os fósseis mais antigos do Ceará e vários artefatos de humanos que viveram há milhares de anos, merecendo grande destaque na mídia cearense.

Apesar dessa enorme importância científica e cultural, a Serrinha e todas as ações sobre ela nunca receberam a devida atenção do poder público municipal. Para abrigar esse conjunto de fósseis e artefatos, receber os estudiosos e contar essa história à população, o Museu de Pacujá foi idealizado por iniciativa de dois engajados conterrâneos. Por alguns anos, o Museu funcionou em uma casa cedida no Alto do Cravatá, até que a atual gestão municipal “tomou a frente” e, na prática, destruiu o projeto.

Vice-prefeito Alex Melo no anúncio da reabertura do Museu de Pacujá
Em 2013, a Prefeitura prometeu retomar o Museu de Pacujá. Em um evento com a presença das maiores autoridades do município, de pesquisadores e da comunidade, foi anunciada a reabertura do equipamento. O fato é que tudo não passou de promessa e ninguém sabe onde está o acervo do Museu. E há algo mais grave: o Museu encontra-se registrado nos órgãos oficiais e, no entanto, a Prefeitura de Pacujá deu fim a ele.

Além disso, a Serrinha continua vulnerável ao vandalismo e à exploração indevida, pondo em risco a preservação desse ambiente que abriga diversas espécies e possui um complexo de cavernas e cachoeiras em meio a vestígios da Mata Atlântica. Há vários anos o Ministério Público Federal orientou a Prefeitura para criar uma Área de Preservação Ambiental, mas nada foi feito.

Por causa da incompetência e da falta de visão de seus gestores, o Pacujá está maltratando as suas riquezas naturais e culturais. Além disso, está desperdiçando um enorme potencial científico, ecológico e turístico, que poderia gerar mais renda e dignidade para o nosso povo.

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