segunda-feira, 22 de junho de 2015

A ilusão da Reforma Política

Já faz 20 anos que se fala em Reforma Política no Brasil. Sempre que o povo dá sinais de repúdio à política, os palpiteiros pregam que somente com essa Reforma nos livraremos dos nossos males. Depositar esperança nisso é uma grande ilusão; afinal de contas, não são novas leis que vão mudar a cultura de “esperteza” que reina em nosso país.

O que uma boa Reforma Política pode fazer é reduzir as distorções que existem nas regras que regem as eleições e os partidos. Estamos cansados de saber, por exemplo, que grande parte da corrupção é alimentada pela dinheirama que jorra nas disputas, pois os eleitos que “investiram” depois vão atrás do “retorno”. É preciso, portanto, reduzir a influência do poder econômico. A melhor solução não é o financiamento público, e muito menos o empresarial. O bom senso seria permitir apenas as doações limitadas de pessoas físicas.

O problema é que o bom senso não costuma ser praticado pelos congressistas. Refém dos seus financiadores, os deputados votaram a favor de que as empresas possam continuar “doando” para os partidos. Até agora, o único ponto relevante aprovado na Câmara Federal tem sido o fim da reeleição para os cargos de presidente, governador e prefeito. 

Outras importantes mudanças estão em pauta e também serão votadas no Senado. Para que as possíveis novas regras possam valer na próxima eleição, os trabalhos devem ser concluídos até setembro. No entanto, o fundamental para moralizar a política é que as instituições fiscalizadoras sejam fortalecidas e que a Justiça aja com rigor. Alguém duvida? 

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